quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cap. 2 Ao encontro de um amor.




Quando o coração doía lembro-me de que a tristeza enfurecida de ódio pairava sobre mim. Minhas transformações paravam e eu me lembrava da única pessoa que estava comigo na minha vida.


Tinha conhecido ele depois de sair de meu recinto, ele estava sentado sobre uma árvore e esperava alguém. Eu esperava Mirian cujo qual tinha me dito que tinha uma surpresa para mim.
Como eu conheci Mirian? Depois de um de meus passeios pude conhecer ela num dia de muita chuva, quando ela tentava se refugiar em alguma cabana ou algo assim no meio da cidade.
Mas esse não é o caso.


Kalleby estava ali sentado cabisbaixo esperando ansiosamente. Sentei-me ao seu lado. Ele me olhou por um instante e depois voltou a olhar uma formiga correndo desesperada no chão. Que formiga patética.


-Qual é o seu nome? –Tentei. Ele sorriu. Seus dentes perfeitamente brancos iluminaram o resto do meu dia.


-Sou Kalleby.- Ele disse – Qual é o vosso?


-Lilith- Disse. Ele sorriu mais uma vez.


-Você é daqui? –Ele arriscou perguntar.


-Venho de lugares distantes.- Disse cabisbaixa. Ele riu um pouco.


-Eu também. Estamos no mesmo barco Lili!-Ele sorriu de forma encantadora. Mesmo sabendo que no mesmo barco que eu ele nunca estaria, tentei:


-Não estamos Kalleby... A minha vida fora muito conturbada para vós deste mundo entender.
Ele deu mais uma gargalhada.


-Eu tive minha mãe morta por um Deus da alteza do mundo terrestre. Fora uma morte por mim e meu irmão, mas vós sabeis que isso é uma mentira contada pelos mais velhos para mortes passageiras. Ao me entender por gente eu consigo de alguma forma fazer coisas absurdas.- Ele riu um pouco. –Desculpe. Acho que você não quer ouvir isso.


-Não!- Segurei sua mão de relance e ele não fez nada nos primeiros sete segundos tirando esta logo após isso.


-Bem, desde pequeno eu acho que matei minha mãe levando ela para algum lugar que nem eu faço idéia.


Sim, tinha um pouco haver.


-Mas a culpa é algo muito forte para ser guardado na alma, pelo menos é o que o meu pai diz.-Disse Kalleby e mexeu nas mãos por uns segundos.


-E seu pai? –Perguntei me interessando. Sim, Kalleby era a pessoa mais parecida comigo em vários aspectos, a pessoa que me entendia por completo e que sorria para mim quando o mundo para mim parecia ser uma simples escuridão sem fim. Sim, aquele era Kalleby.


-Bem, meu pai... Desculpe, não gosto muito de falar dele.- Ele disse olhando para algum ponto no horizonte. Ele não gostava daquela vida de família, ele gritava por algo a mais e, o meu coração já podia gritar por algo naquele momento, gritar por Kalleby.


-Bem ,mas e vc? –Ele perguntou.


-Não gosto muito de falar do meu passado...-Disse e na mesma hora Mirian chegou. Seus olhos passaram de mim para Kalleby, ela pensava em algo de eu consigo, eles já se conhecem. Ela sentou-se no chão com o seu vestido branco quase transparente, o corpo esbelto.
-Acho que vcs já se conhecem!- Mirian sorriu docemente.


-É...-Disse Kalleby. Ela corou um pouco.


-Era essa a minha surpresa Lili.-Disse Mirian e eu me dei conta que estava encarando Kalleby.


Assenti sem jeito.


-Vamos parar com essa vida monótona que já não basta a minha irmã assim. Vem vamos correr!- Mirian puxou Kalleby pela mão cujo qual começou a rir e dizer coisas imbecis do tipo “cuidado! Tah comigo!”


Vi eles correndo pela pastagem de trigo. Eles estavam se divertindo muito para se preocupar comigo, então decidi andar para ver se não encontrava alguma coisa pelo caminho.


As pedras em meu caminho pareciam me entender, comecei a chutá-las enquanto andava. Eu não era uma pessoa que merecia ir para algum lugar cheio de pessoas boas e cânticos de La lá lá, eu não merecia continuar ali. Não era o que tentava parecer para Kalleby.


Mas naqueles dias eu estava lúcida. E tinha prometido para mim mesma que se eu conseguisse ter quem eu amava...


Eu reconheceria tudo que eu tinha feito, eu tentaria com minhas últimas forças mudar, eu tentaria quem sabe, merecer o pedacinho mais escuro e ofensivo do chamado céu.


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Estava um dia frio. O vento soprava pelos meus cabelos, os trovões corriam no céu cinza e as pessoas tentavam se refugiar em algum lugar por ali. Sim, era a festa dos Deuses.
A festa começaria a noite, mas as pessoas daquela cidade já começavam a arrumar sua casa afim de que estes a abençoassem. Eu achava aquilo uma estupidez. Eu tentava encontrar Kalleby pelas ruas, mas ele não estava por ali.


-Lili.- Ouvi a voz de Kalleby e me virei para ele. Ele usava uma roupa branca com alguns riscos em preto. A sua aura o iluminava. Me aproximei dele e fiz uma reverencia modéstia. Ele segurou minha mão cuidadosamente.


-Desculpe, acho que você estava me procurando, ouvi sua prece enquanto ia para o castelo. –Ele murmurou e me levantou vagarosamente. Atrás dele tinha um outro garoto, ele estava com os braços cruzados e usava uma roupa parecida com a de Kalleby, mudando dois riscos em preto nos dois ombros dele. Parecido com o irmão ele olhava para os lados a procura de alguma coisa. Kalleby me apresentou-o.


-Este é meu irmão, conheces Dalquiel ?- Kalleby disse e Dalquiel assentiu ao me olhar. Fiz uma outra reverencia.


-Ei, ei, Vós não precisares deste tipo de adoração. Vós sois minha amiga. –Disse Kalleby e sorriu docemente. Lembrou-se pois, por que estava ali.


-Lili, vais a festa dos deuses cujo a anciã está dando?- Perguntou sorrindo. Assenti.


-Vais? –Perguntei.


-Vamos logo Kalleby. Vós sabes que o pai já está chegando e ele não deixará que vós fique na festa por muito tempo. –Kalleby o olhou e deu uma gargalhada.


-Calma Dalquiel, vós estás muito apressado, sabeis que terás muito tempo na festa para fazer o que desejas.


Dalquiel pareceu não levar em consideração o comentário de Kalleby.


-Tenho que ir Lili. Vós estarás lá. Conversar-me-ei com vós.


-Estar-me-ei a esperar. –Disse e dei outra reverencia. Kalleby me deu um beijo na testa e saiu andando.


Dalquiel me olhou por um instante e os dois saíram “voando” .


E então assim segui para a festa dos deuses a qual Mirian me esperava.


Cheguei lá, todos já estavam lá. Eu usava um vestido vermelho sangue e o cabelo preso em um coque. Cheia de jóias e, mesmo assim era a mais simples de toda a festa.


No centro do salão se tinha três cadeiras majestosas. A do meio era a maior e preta com detalhes em dourado,prata e bronze. A do canto esquerdo era um pouco azul com dourado e a do canto direito era branco e com detalhes em prata.


-Lili!!!-Gritou Mirian vindo ao meu encontro. Ela usava um vestido azul bebe cujo qual era super decotado e transparente. Um pingente numa espécie de coroa em sua cabeça. Estava linda.


-Mirian, os convidados te esperam. –Disse sua irmã a olhando ferozmente. Esta era Kandra. Encarei ela por alguns minutos. Ela usava um vestido preto até os pés e uma coroa majestosa na cabeça.


-Já vou! –Disse Mirian e me deu dois beijos no rosto fazendo uma cara de nojo do tipo “que convidados chatos! Por que eles não esperam?” e foi até Kandra.


Mirian pegou uma garotinha de aparência de 8 anos de idade no colo e a segurou ela. Esta garota usava um vestido branco de rendinha.


E eu fiquei ali esperando até Mirian voltar.


E ela voltou. Com uma proposta.



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