quinta-feira, 1 de julho de 2010

Cap. 17: Depois de tudo ainda há uma surpresa.




Ouvi dizeres dos males que causei a muitos, ouvi dizeres de minha vida por toda a parte do mundo, consolos e tristezas, orações soberbas e até mesmo um pouco de piedade. Naquele dia sai em passos lentos de meu quarto enquanto o rei dormia evidentemente.


-Acordada rainha?- Kurapika estava parado na parede. Ele tinha chegado ali fazia apenas 2 segundos, antes não tinha visto este.


-Sim, Kurapika, alguma coisa contra? -Sorri e ele mexeu na boina que fazia seus olhos desaparecerem. Mexeu tão pouco, porém ainda assim quando abriu os olhos vi seus olhos escarlates intensificarem nos meus. Um sorriso nasceu em seus lábios.


-Sois muito pequeno para me intimidar meu pequeno.- Disse e surgi ao seu lado. Ele não parecia sentir nenhum problema com aquilo.


-Sei disso minha rainha. Meu pai esperou ser um general e ter meu destino traçado para fazer isso.- Um estalo me ocorreu. Eu conhecia ele há muito tempo atrás, tempo até demais para não esquecer. Ele não era um total Kuruta, era por isso que Sá falava em hierarquia. Eu me lembrei da briga que eu tive com Kuruta Ka. antes de dar o sangue dele para Alluka. Eu não sabia que este tinha deixado um filho digno de trazer problemas a mim.


Ele era esperto. Tinha substimado aquele que matei com suor. A esposa dele provavelmente deve ter se escondido para que eu não a procurasse e eu nem me liguei. Ele nasceu e Kuruta Ka. foi acusado de deixar a tribo. Kurapika teve que trabalhar desde cedo e, mesmo que Kuruta Ka. tivesse cometido aquele erro o resto da família não tinha nada haver e provavelmente como a mulher não pode trabalhar, Kurapika que teve que sustentar a família desde cedo. Era por isso que ele era tão cortes, como o pai, e esperto e inteligente com aquela idade mínima, ou será que ele tinha mais do que aparentava ter? Todo o meu pensamento durou apenas 2 segundos.


-Como está a sua mãe?- Perguntei e sorri. Ele apertou os punhos como que se para me matar- se fosse possível- ele fizesse em poucos segundos.


-Morreu logo após eu completar tres anos, já que vós matares aquele que fora o único digno de morrer pelo povo.


-Achava que tu também eras digno disso meu caro.- Sorri ambiciosamente. Não consegui me concentrar nos pensamentos dele que passavam como uma centelha de tubos.


-Sou digno de morrer por aquela que chamas de filha.- Ele sabia responder para um garotinho de 7anos de idade. Olhei seus olhos novamente brilhando com tamanha intensidade que cegavam.


-Creio que sim, o que fizeres ontem mostrou isso.- Ele pareceu não ter reação com o que tinha acontecido, algo como "eu sabia que estava me vigiando" rondou sua cabeça.


-Diga o que fazes aqui.- Ele disse.


-Primeiro voce.- Sorri. Ele apertou a boina na cabeça e pensou um pouco. Uma resposta tentava se formular em sua cabeça, porém era rápido demais para acompanhar sem estar concentrada.


-Acho que estares fugindo do que fará em breve, não é mesmo? -Sorri. Brincar com ele seria muito divertido.


-Isso mesmo meu querido. Alguém muito especial matará tudo o que está aqui.- Sorri.



-Eu sei, desde quando aparecestes ontem.- Ele me fitou, seus olhos vermelhos estavam me dando raiva, seria aquilo que estaria fazendo ele de alguma forma ler meus pensamentos.


-Não é difícil ler a mente de uma criminosa.-Ele sorriu e logo completou.- O que fazes aqui além disso?


Se eu quisesse o contaria, apenas fechei a minha mente e lhe fitei.


-Descubra meu querido.


-Não toque em Sá.


Ri com a ideia.


-Quem vai proibir? Voce? Ela é minha filha, eu falo com ela quando quiser e volto quando puder. Voce não pode fazer nada. Talvez eu volte daqui a algum tempo, por enquanto tenho que completar o que me fora pedido.


-Mentir não adiantará a mim minha rainha,mas fingirei que acredito. Estarei de olho no dia que vier.


-Claro, eu sei que estará. Seus olhos não mentem. -Ri e desapareci enquanto deixava aquela pobre mente fértil tentar colocar algo de útil na cabeça de Sá.


Ele parecia ter uma chance de ser da forma que eu não sou.


Olhei a frente.


Toquei meu pescoço enquanto sentia o cheiro do corpo de Kuruta Ka.


[...]


-Não sabe o que é morte por que nunca experimentares esta. Sabe que o que quero é te matar. -Toquei seu ombro.


-Dizes a verdade meu querido?


-Talvez.- Tenho um estalo e pulo para trás enquanto ele estende uma espada.- Terei certeza agora. -Sorri mais convencida e me aproximei tocando seu pescoço. Ele me puxou beijando o meu pescoço e rindo. Li quando ia enfiar a espada em mim e pulei.


-Terei que te matar, minha filha adorará provar seu sangue depois de nascer e matar todos da tribo que faz parte.


Ele riu antes de morrer.


O último suspiro da morte.


O destino infelizmente é traçado como quem tece um tapete, uma hora o fio vinho encontrará com o fio branco e preto. Tudo se misturar e no final poderá ser uma obra de arte ou apenas um garrancho a ser desfeito. Talvez vc precise desfazer e tecer mais de uma vez para ficar perfeito conforme a sua vontade.


Tudo depende de voce.


Lilith


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