domingo, 21 de março de 2010

Há uma lembrança a mais...




Abri meus olhos amargurados de tanta dor.

Estava terrivelmente perdida.

O corpo é algo tão frágil impossível não reter sentimento algum por este. Tão distante, porém ao mesmo tempo tão perto.

Fazei-me pois a lembrar que antes de conhecer Mirian havia eu tido uma grande jornada em minha rude vida.


Desde a morte subita de meus pais e irmãos a passar por outros reinos onde outros deuses habitavam.


Conclui que naquela situação precisava olhar para o rosto de Traina, uma antiga amiga capaz de me ajudar muito, já que ela era deusa Étoile, -estrela como alguns hão de dizer- Ela era responsável por tudo que os deuses faziam, se fosse algo inexplicável, mal e que afetasse seres indefesos como os seres humanos imediatamente esse eram rebaixados.


Que fraqueza minha pensar que ela podia um dia ser mais forte do que eu, não acreditava mais naquilo.


Hospedou-me em seu palácio e serviu-me com o seu melhor vinho e o seu melhor pão. Os deuses costumam comer isso quando algum ser abaixo deles hão de comer consigo. Porém Traina mandou que a serva trouxeste-lhe também uma taça de algo muito parecido com nozes.


-Que te trazes aqui?- Ela perguntou em um sorriso meigo, sorri.


-Saudades.


-Claro.- Ela parecia pensar. - Ainda estou decidindo alguns casos remetentes ao rebaixamento, tu espera-me para acompanhar-te?


-Claro.- Disse.


Traina seguiu para alguma outra sala e continuou a fazer seus deveres.

Como era horrível o vazio a estender-se pela sala incomensuravelmente grande.


Seu teto com detalhes furtivos talhados a ouro, a mesa feita das melhores madeiras encontradas no reino. As paredes pintadas perfeitamente como se aquelas figuras muito parecidas com anjos pulassem para a vida real.


Lembrei-me de Kalleby, e com esse mesma lembrança fiquei abismada. Nessa parede pintada escondido po alguns anjos mais belos estava Kalleby e Dalquiel bem perto de uma pilastra.


-Pronto. Linda a foto, não? Ganhei, os anjos de fato são muito bonitos.


concordei com a cabeça.


-Fales.- Ela me pediu e me serviu com vinho do qual bebi.


-Me dares permissão para ir para a terra?


Ela ficou abismada, mas logo se recompos.


-Desculpe Lilith, mas não posso fazer isso, para isso tu terias que deixar seus poderes comigo para quando voltares aqui pegá-los de novo e, creio eu, que não queres isso.


-Não. -respondi rude.


-Mas tens permissão para um lugar muito parecido com esse, belo como tal, além de que lembro-te que não precisarás dar seus poderes e lá vivem pessoas como vós.


Sorri e agradeci.


-Não há de que Lilith. Tens permissão.- E ela me deu um papel e eu me senti um pouco tonta e talvez fosse isso que me fez acordar onde queria....



No melhor lugar do mundo. O meu reino.

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