sexta-feira, 25 de junho de 2010

cap. 16: Momentos em algum lugar.





Era outro dia como todos os outros que tive em minha vida, sendo que dessa vez eu tinha um almoço para cuidar e Sá para analisar.



Como mencionei Kurapika não confiava em mim e dessa forma andava atrás dela com um livro nas mãos, por um momento isso a fazia ficar tão feliz que não conseguia conversar com ela e saber o que tinha perdido.



-Senhorita Sabrina deixou cair no parque. -Kurapika mostrou um ursinho de pelúcia e eu sorri enquanto me aproximava deles.



-Kurapika, poderia escoltar Ryuusaki e a família até o nosso almoço?- Ele olhou Sá. Sabia que ele sentia algo por ela e não queria deixar ela comigo. Sorri por dentro.



Ele assentiu e saiu rapidamente. Sá sentou em uma cadeira e seus olhos brincavam na órbita. Minha mente lembrou-se das únicas vezes que tinha amado...



Kalleby...



Eu fui forçada a deixar aquele que mais amava e embora não quisesse isso para ninguém eu prefiri brincar com os sentimentos de Sá como Mirian fez com os sentimentos de Kalleby, como eu fiz com tantas pessoas que passaram pela minha vida...



Como eu fiz Alluka nascer...



-Mãe. Quem é ele?- Perguntou Sá se encolhendo e um garoto um pouco mais alto que ela com roupas cintilando e límpidas entrou. Seus cabelos eram castanhos e ele não parecia o tipo de criança que sorriria naquele momento. Eu sabia disso.



-Um grande amigo seu no futuro. -Pisquei e olhei o teto com uma pintura feita com pedaços de ouro. Nessa tinha um grande coração no centro dedicado pelo rei para mim.



Ryuusaki sentou ao lado de Sá e Kurapika ficou em pé embora Sá insiste com o olhar que ele sentasse ao seu lado. Ele retribuia o olhar com um não. Sá desviou o olhar para a comida e eu vi que sua mente viajava em um único dia...



Sá tinha dois anos aparentemente era o que ela parecia em idade e aliás o que o pai dela queria que todos acreditassem. Em idade humana ou como aqueles que não eram como a população Kuruta ela aparentava ter dois anos embora em idade normal ela tivesse 105 anos de vida. Aparentemente idade o suficiente para pensar em coisas que não fossem bonecas.



Seus olhos moveram-se ao encontro das de Kurapika e ela lembrou....



Ele estava lendo um livro e ela estava sem nada para fazer. Quando saiu do escorrega ela veio correndo até ele. Ele olhou ao longe e pulou em cima dela. Uma flecha passou rápido por eles e ela o olhou nos olhos. Os olhos brincando na órbita. Ele sorriu-lhe. Sabia que estavam sós era inevitável. Ninguém a seguia, confiavam plenamente em Kurapika.



Ele tentou mexer o braço, mas ele mesmo não queria sair dali. Ela tocou sua bochecha de forma carinhosa.



-Princesa...-Ele disse.



-Voce me salvou. -Ela disse e os olhares se encontraram. Ele provavelmente sabia o que ela queria dizer com aquilo. Ela fechou os olhos aos poucos e ele tocou em seus lábios puxando-a facilmente para cima. Nada muito ameaçador já que ele logo parou de beijá-la, seus lábios vermelhos e os dela também.



-Princesa eu...



-Eu te amo. -Ela disse e seus olhos se encontraram novamente. Ele parou a sua mão antes que algo demais pudesse acontecer. Ela continuou antes que ele viesse com a mesma ladainha de sempre.



-Eu sei sobre essa chatice de hierarquia e que meu papai pode ver, mas...-Ela olhou para os lados.- Tenho que ir.- Ela esfregou o rosto com um pouco de areia e ele limpou a boca com um pano. Nada mal para fingir os dois.



-Kurapika sente- se ao lado de Sabrina. -Aticei e ele engoliu seco.



-Desculpa minha rainha, mas não posso.- Ele disse e Ryuusaki chamou a atenção para si.



-Sá, vamos brincar?- Pareceu muito estranho por parte dele e ela sorriu, olhou para Kurapika e saiu correndo. Ryuusaki fez o mesmo quase a alcançando.



-Sente-se.- Pedi e ele pediu licença e sentou-se.



Não conseguia acreditar como um garoto cortês estava sendo criado de minha filha, não dava para acreditar muito, já que nem mesmo os filhos de generais ganham muita educação.São edicados para saber tudo sobre guerra e não a falar e ser cortes. Não saber desconfiar uma pessoa ou ler em outras línguas como ele fazia. Eu poderia sim ter planos para isso.



-Continue cuidado de minha filha em todos os lugares. Temo que algo possa acontecer com ela, estamos quase em perigo de guerra. - Ri por dentro ao pensar em tal coisa, já que quem iria fazer isso seria minha outra filha. Matar sua própria irmã, matar fruto do meu desejo, matar aquela que amou alguém e pode ficar com este não da mesma forma que eu.



-Minha rainha, estava fazendo isso há pouco tempo quando eles...



Ele mal falou e Ryuusaki adentrou o salão gritando com Sabrina no colo e uma flecha em seu ombro. Ela não estava morta, eu tinha certeza. Mas algo tinha feito e eu não sabia quem estava contra Sá fora Alluka.



Quase 20 empregados ajudaram em tudo e tiraram a flecha de Sá fazendo um pequeno curativo. Provavelmente diriam que Kurapika era o culpado já que eles mesmo não podiam e iam contra os reis. Provavelmente meu "marido" ia fazer algo contra aquilo tudo, mas no momento apenas aticei um pouco mais os últimos anos que eles ficariam juntos. Apenas observei tudo que poderia acontecer.



Sá acordou quase que quatro horas da manhã. Obviamente Kurapika estava dormindo. Ele dormia em uma cadeira de balanço que tinha no quarto de Sá com uma boina no rosto. A janela estava aberta e se prestasse bastante atenção estava fazendo frio. Como eu não sabia dizer se ele totalmente um Kuruta não sabia se ele estava sentindo frio ou apenas mentindo. Kurapika era misterioso ao meu ver e eu precisava saber mais sobre aquele ser insignificante.



Sá sorriu e tocou o ombro que acho que a encomodava um pouco. Kurapika acordou no susto e olhou Sá sentada na cama mexendo nos curativos.



-Hey, Ei, Princesa, não faça isso.- Ligeiro ele se aproximou dela e tirou os dedos dela do curativo. Lhe olhou nos olhos e abriu a gaveta dela tirando algo que não sei identificar o que era, parecia uma espécie de flor ou uma assa-peixe ou quem sabe um lírio, não consegui identificar. Ele pegou uma tigela e amaçou a flor jogando-a. Logo em seguida ele pegou uma jarra de água e jogou na tigela. Tirou do bolso um lenço de tecido e com a planta fez uma espécie de compressa Estranha.



Colocou no ombro dela com delicadeza e murmurou em tom baixo:



-Deveriam saber como se fazer algum curativo.- Ele enrolou logo após uma faixa no ombro dela e sorriu.



-Voce é muito atencioso.- Sassá disse olhando o ombro e após o menininho de sete anos.



-Obrigado.- Ele disse e fechou a janela.



-Que horas são?



-Quase amanhecendo. -Ele comenta.



-Desculpe ter te acordado... Vc quase não dorme e...



-Eu não tenho nenhum problema com não dormir.- Ele sorriu e levantou a alça de Sá voltando para o balanço.



-Kurapika.- Ela chamou e ele a olhou colocando a boina e abrindo o livro.



Sá levantou a coberta em forma de dizer para ele não ficar no frio daquela noite.



-Durma Sá.- Ele disse e voltou o olhar para o livro.



-Não.- Ele a olhou querendo saber o porquê- Não enquanto voce ficar aí no frio.- Ele respirou fundo e então fez uma proposta:



-Se eu ficar apenas cinco minutos voce dorme?- Ela assentiu com um sorriso estampado no rosto.



Ele aproximou-se fitando a porta e logo em seguida meteu-se nas cobertas.



-Por que tinha que ter hierarquia...-Comentou Sá. Kurapika olhou para baixo.



-Sá, não é apenas isso. Sei que me amas, mas o destino que meu pai decidiu seguir fez com que isso acontecesse. Voce sabe o que quero dizer.



Ela olhou para baixo.



-Eu poderia viver com voce se fosse isso.



-Sá, isso é apenas um amor de infancia. Voce gostará de outra pessoa e eu tbm e iremos para caminhos opostos.



Ela fitou seus olhos azuis.



-Promete nunca se esquecer de mim?



Ele demora um pouco para responder.



-Sim. Nunca esquecerei de voce.- Seus olhos fitaram o quarto. Ele sabia que logo viria o que os separaria e ele sabia que ele ia sofrer.



Ela apertou a mão dele. O tempo passaria e aquilo seria apagado, eles morreriam....



Morreriam como o meu amor morreu...



Morreriam como todos morreriam por amar como não amei...








Tudo é passageiro, e assim devem ser as pessoas.





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