quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cap. 24: Masculino ou feminino? Eis a questão.




Foi um pouco complicado para Killua me ver em disfarce de garoto. Eu estava tão acostumada a estar sempre me disfarçando que já não achava estranho aquilo, mas Killua me olhava toda hora para ter certeza de que era eu e não algum outro ser estranho.

-Já escolheu o seu nome?- Ele me perguntou e eu pensei um pouco confusa... Quais seriam as minhas chances de usar Alluka alguma vez na vida.

-Nome para...?

-Você está disfarçada! Quer dizer Disfarçado...Não...Disfarçada do modo geral...Ou disfarçado se quiser...Mas...Ah! Você entendeu! Isso tudo está me confundindo! Entao como voce está disfarçada... de disfarçado...ah! Você entende que precisa de um nome para esse disfarce!!

-Sei não...Alluka parece um ótimo nome masculino!- Conclui com um sorriso no rosto. Ele ainda não estava satisfeito com a minha escolha.

-Masculino? ONDE ALLUKA É MASCULINO???-Gritou Killua.

-ué, masculino. Imponente para uma criança...Aliás, bem nome para assassinos e eu sou uma assassina...então eu sou imponente!

- ¬ ¬ Ainda não entendo onde entra o masculino nisso tudo...

Killua as vezes dava uma de lerdo que não consigo imaginar como as pessoas o aguentam.

-aFF! Pior que voce só dois do mesmo!-murmurei um pouco pensativa.

-Como?

-Deixa Killua!- E como sempre ele nunca deixa de ser lerdo para pensar.

-Já escolheu um nome? Escolheu? Escolheu?- Ele perguntou me enchendo a paciencia. Se eu tivesse menos paciencia do que tenho agora estaria acabando com todos os ossos de Killua e amaria ver minha mãe sofrendo. Acabei com essa briga:

-Lá eu escolho.

Mas como eu sabia que isso nao ia acabar... Nunca acabaria! Ainda acho tentadora a ideologia de deixar Killua sem um braço ou uma perna!

-Onde já se viu! De onde voce viu que Alluka é masculino?

-Deixa eu ver...-O olhei tentando imitá-lo- Da minha consciencia!

-E o que a SUA CONSCIENCIA tem haver com o SEU NOME?

Tentei não rir de sua pergunta.

-Ela que rege as nossas vidas.- E parecia que a dele não estava funcionando naquele exato momento.

-E o que isso tem haver com o SEU NOME?

-NÃO SEI! ELE ME DIZ QUE ALLUKA É MASCULINO!

-Tá bom, não grite! ¬¬ -Ele disse.

E seguimos rumo a York Shin. Entramos na cidade com o sol iluminando a manhã, mas um dia de grande calor escaldante porém iluminando nossa caminhada rumo a torre do céu. Killua como sempre dislumbrando a vista que tinha.

-Agora eu sei por que a chamam de torre do céu!-Ele disse entusiasmado.

-Percebeu agora?- Perguntei enchendo lhe a paciencia como ele vinha fazendo a viagem toda comigo.

-NÃO!-Ele gritou nervoso.

-Então...Vamos entrar ou a garotinha prefere ficar olhando a bela vista que tem? Olha que ótima paisagem...As nuvens cortando o céu...-Disse rindo um pouco.

-Cala a boca!Vamos nessa! -Ele disse rabugento seguindo para a torre.

Entramos e novamente era perceptível as reações de Killua. Ele estava tão perdido nos pensamentos que acho que não percebeu quando o puxei para a fila.

-E aí qual vai ser o nome? -Ele me perguntou.

-Alluka.-Disse sorrindo.

- Afe! Eu já disse que esse nome é de mulher!!

- E eu já disse que eu acho que não!

Aquela conversa me enchia a paciencia. Alluka feminino, Alluka masculino! Ora, conversa vai e conversa vem. Melhor perguntar.

Cutuquei a pessoa mais perto. O cara na minha frente.

-Com licença...Queria lhe fazer uma pergunta...-Disse lembrando de ser que estava como criança.

-Fale criança!

-Voce acha que Alluka é um nome masculino ou feminino?

Silencio. Ele estava pensando e eu sabia a resposta que ele ia dar. Logo ele tentou responder de forma apaziguadora, dizendo...



-

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cap. 23:A garotinha de tanto tempo...Narrado por alluka




A história incomodava o mais profundo de meu ser. A angustia a tomar conta de meu ser toda vez que eu lembrava daquela garota...

Killua me olhava esperando que eu contasse para ele. Respirei fundo e pus-me a contar:


- Um dia, fui incubida de matar uma pequena família, um casal e três filhos, que morava numa província no sudoeste de York Shin.
Era uma noite nublada de lua cheia, sem estrelas. Era uma pequena casa de madeira com janelas abertas para ventilar. Peguei uma espada que decorava a sala e subi as escadas para matar a família. Todos durmiam profundamente em seus quartos. Fui para o quarto do casal. Dormiam abraçados como se já soubesem. Os matei decapitando suas cabeças enquanto durmiam.

“Depois disso, aproveitando que todos dormiam, fui me purificar rapidamente, como o costume. A porta do quarto se abre. Me escondi nas sombra dos móveis. Era uma das filhas. Estava chorando, pois teve algum pesadelo. Sua camisola surrada estava molhada com as lágrimas, seu ursinho sujo arrastava-se no chão a cada passo que dava. Ela viu o sangue dos pais a escorrer da cama. Correu para acudi-los. Começou a chorar mais alto. ‘Papai! Mamãe! Fala comigo! Diga que é só um sonho mau!’. Gritava. Não sei como seus irmãos não acordaram. Aproximei-me para acabar com aquilo. Ora, eu apenas iria acabar com o sofrimento da pobre garotinha."

Killua prestava atenção como se aquilo dependesse de sua vida. Fitei-o e continuei:

“Ela percebeu minha presença e se virou. Ela se ajoelhou perante a mim. Seu cabelo castanho claro desgranhado e seus olhos negros e suplicantes. Pedia-me... Não! Implorava-me para salvar seus pais. Fiquei sem reação. Seus olhos negros eram lindos! Puros. Inocentes. Mas eu tinha um dever a cumprir. Então, ergui a espada e a matei.



“Depois disso, alguma força me puxou à janela. Vi o céu. Uma estrela cadente cortou o céu escuro sem luz. Sem estrelas. Virei a cara e vi de novo o rosto da garotinha. Seus olhos arregalados, boca aberta, escorria seu sangue por aquela colcha já manchada de vermelho. Mas seus olhos cintilavam mais forte, como se fosse o brilho daquela estrela que cortou o céu. Embora as lágrimas da garotinha, seus olhos estavam brilhando, brilhando... até que o brilho acabou. Seus olhos escureceram sem aviso. Ficaram negros e opacos. Viraram aquela noite. Onde ela e seus pais morreram."

Fitei a sua reação. Ele estava estagnado. Ele era muito pequeno e inocente para entender um pouco que fosse de minha vida, porém ainda assim me sentia confortável e terminei a sentença:

“Eu nunca tive um pai para chamar de meu, ou uma mãe que ficasse sempre por perto... Não sei se esse mito é verdade porque não tive ninguém que os contasse para mim para me fazer dormir e que me fizesse acreditar...”

Semicerrei os punhos. Odiava lembrar do que sempre estava em meus olhos, o que tivera que me acostumar. Aquela ideologia de pais sempre ao seu lado te contando mitos infantis ou coisas que fizessem lhe amenizar a morte nunca usadas para comigo. A verdade é que eu nunca saberia ao exato como é morrer. Se morrer é padecer no inferno, já tenho certeza que estou morta, o que não deixa de ser verdade. Eu nunca saberei como morrer de verdade e nunca terei alguém triste por me ver morrer. Eu não me importava.

Quando o olhei ele novamente parecia querer se borrar. Seus olhos partindo de mim para as estrelas como se fossemos de outro lugar...

Me deitei para ouvir as perguntas fúteis que Killua ia começar a fazer.

- Você não sabe quem é seu pai?


- Ela nunca me contou.


- Você quer descobrir?


- Não sei se devo...

Pus-me a fitar o céu. Por um instante percebi que Killua reclamava por dentro daquela sopa com um gosto horrível. Fitei ainda assim as estrelas. Eu nunca saberia se as pessoas ao morrerem virariam estrelas. Se cada pessoa que eu matasse virasse estrela eu não saberia como reagir.Todos tão brilhantes e perfeitos. Tinha os matado sem dó.

-Como é que você vai entrar na torre se lá não aceitam mulheres? Já arranjou disfarce?- Ele perguntou tão inocente como sempre. Ri de sua inocencia.

-Hein??

Apontei a mochila encostada numa árvore ali perto e ele ficou a olhar como se tentasse entender.

-Boa noite Killua.-Disse e me virei. Não queria olhar para o Killua enquanto pensava naquela garotinha e em sua morte...
As coisas nunca tinham sido como eu queria... Naquele momento fora a segunda vez que eu tinha pena de alguém .A única diferença era que eu tinha matado esta.Só.

Estava tudo acabado....

-Boa noite- Ele disse se deitando.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Cap. 22: Tempos atrás. [narrado por Alluka.]




Fiquei de encontrar com Killua em uma montanha ao norte. Nada muito agradável assim por dizer. Ele era tão lerdo que demorou quase que o dia todo para achar o acampamento. Reclamando como sempre pôs se a gritar:

-FINALMENTE! Não sinto minhas pernas!

-Eu disse para você que era ao norte.- Murmurei mexendo na fogueira que parecia não estar aquecendo o corpo do insolente.

Se não bastasse não ter achado o caminho, ele continuou usando de suas últimas forças para reclamar:

-Ei! Você não falou nada que seria tão longe assim!-Naquele momento tudo se juntava para dar forças a Killua para TENTAR gritar comigo.

Há muito tempo não encontrava alguém que reclamava muito de tudo. Dessa forma, taquei –lhe o que parecia ser uma comida enlatada, não me preocupei se ele estivesse por acaso bebendo pasta de dente , junto de uma colher.

-Tome. Você deve estar com fome.- Disse e ele estava um pouco ...indeciso.

-Como eu abro “isto”? –Ele começou a tentar achar algo eu mostrasse como a maioria das coisas fabricadas algo parecido com “abra aqui”. Era hilariante essa idéia.

-Use suas unhas! Ela serviram para arrancar os olhos de Kikyo, então imagino que essa latinha... Será fácil...

-Por que você não a chama de mãe? –Ele perguntou inocentemente e eu tive que me segurar para naquele momento não arrancar órgão por órgão, tecido por tecido do corpo de Killua.

-Mirian...Kikyo ...para mim ela nunca foi uma mãe.- Disse com toda o ódio que emanava de meu ser. Era lógico que ela já sabia daquilo. Preferi apenas mostrar isso para Killua.

-Por quê?- Perguntou ele curioso para que eu continuasse. A verdade era que eu também não me sentia mal em continuar.

-Sabia que antes de eu vir para cá minha antiga família era de assassinos? –Killua abriu os olhos assustados.

-Não!

-Não é tão conhecida como a sua, mas ainda sim eram todos assassinos. Se auto denominavam-se assassinos das sombras, por sempre matarem à noite.

- Hum...

- Então, desde quando eu tinha 1 ano, começaram a me treinar fervorosamente. E se eu errasse podia ter castigos piores de seu pai aplica em você.

- Por isso que você é a mais adequada quando pedem a fazer esforços considerados sobre-humanos... –Diss e ele pensativo tentando tirar conclusões daquilo tudo.

- Isso. Quando tinha 2 anos, ela foi embora, me deixando lá para treinar. Só a via de vez em quando... mas sempre longe da família. Nesse tempo, comecei a fazer minhas encomendas de morte. Sempre à noite. Sozinha... Nunca tive amigos... Só o nada.-Fitei Killua. Tudo que enfrentara contando minuciosamente para ele.

-Irmãos? –Ele perguntou como se irmãos valessem mais do que qualquer coisa.Ri.

-Adotados. Todos compartilhando apenas o mesmo desejo...

-Qual? –Pergunta Killua me cortando como sempre.

-Massacre.

Os olhos de Killua pularam pela órbita. Perplexo ele tentava não se borrar. Era patético.

- E o seu pai? O que ele pensava?

- Você quis dizer o patriarca da família... Sim! Era de acordo.

- Ele não era seu pai?

- Ela só foi para lá para me parir, para que eu tivesse uma “família” e não o relento. Depois, fugiu. Por isso que não a chamo de mãe.

- Hum... E você? O que pensava?

Olhei o fogo sem foco. Não havia muitas respostas além das mesmas que eu falava e tentava me convencer todos os dias. Havia várias perguntas além também daquelas que rondavam minha cabeça. Me encolhi. Killua nunca entenderia tudo que um dia eu sofrera ou pensara. Tudo fazia parte dos meus problemas e de minhas perguntas.

Fitei o céu tentando não parecer que estava abalada comigo mesma e tentei ainda assim compartilhar minhas dores com Killua.

-Sabe, ás vezes penso se aqueles mitos que os pais geralmente contam aos seus filhos são verdade. Como, por exemplo, o mito de que pessoas ao morrerem viram estrelas.

Lembrei então de uma das coisas que mais me incomodava naqueles últimos tempos.

-Conte Alluka.- Ele pediu.

Olhei o céu e as estrelas a iluminar aquela noite enquanto lembrava daquela noite sombria e fria, enquanto contava minhas dores naquele tempo àquele que provavelmente nunca me entenderia..

E então eu lembrei...

Cap. 21: Uma "nova" informante.





E dessa vez eu tinha certeza de que nada estaria dando certo se Alluka não colaborasse. Uma gota de suor escorreu pelo meu rosto e eu limpei enquanto tentava aparecer agradável.


-Vc está bem mãe?- Perguntou Killua em seu aspecto gentil.


-Claro. Tenho que ir.- Fugi para o meu quarto enquanto havia chances. Depositei meu corpo sobre a cama enquanto sentia as lágrimas rondando a minha face. Aquela face que mudava mais do que as pessoas mudam roupa e muito mais do que poderia aguentar.


-Fala sério! Vai me dizer que a fofinha está chorando? -Olhei Alluka raivosa. Eu não estava em um dia muito bom.


-Fale logo Alluka! -Gritei e ela riu um pouco, os olhos ficaram vermelhos.


-Aquela missão idiota foi feita. Não me venha com nenhum mais de seus problemas, se lembra também vivo.


Ri. Olhei seus olhos um pouco misteriosos.


-Vive? Alluka, já nascestes como uma morta viva. Vc nunca vai viver de verdade. -Ri ao pensar daquela forma, pelo menos Alluka para me fazer rir. Embora ela não tenha achado graça e da mesma forma tenha pressionado os punhos.


-Não sabe com quem falas "mamãe"- Ela disse com desdém.


-Nem vc minha "filha". Minha querida "filhinha"- Pisquei lhe e ela raivosa me olhou.


-Deixe me adivinhar... Vc que deu a ideia contagiante desse nova missão? -Disse ela lendo a minha mente.


-Não mesmo minha querida. Por que eu faria isso?-Ri e olhei ao longe da janela.


-Ainda quero entender. Ainda preciso entender. -Alluka fitou o longe e desapareceu.


De ali em diante Alluka seria minha mais preciosa informante.



"A única razão de sua existencia é apenas para me seguir e ser herdeira. A razão de várias existencias humanas e mágicas é para mera ocupação do espaço geográfico. De qualquer forma tudo não deixa de ser mediocre." [Thilith/Lilith]

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Cap. 20 : Há mais mágoas do que se imagina.




Alluka pousou a espada na mesa sem nenhuma gota de suor no rosto. Seus olhos voaram para Silva e ela tentou fingir que tinha machucado o joelho. Silva sorriu e disse para ela continuar treinando. Embora estivesse pouco visível eu via também aquele que era realmente o meu amado treinado por Silva. Eu fingia que não via, porém aquilo me fazia lembrar de como Kalleby estava antes de morrer.

-Acharia interessante que todos pudessem jantar juntos essa noite. -Murmurei no ouvido de Silva e ele concordou. Seu sorriso nem um pouco agradável admirou sua, ou melhor, nossa filha mais velha que estava se saindo bem. Alluka deixava isso acontecer. Ela sabia de suas condições ali. Ela sabia o limite embora não gostasse muito deste.

Alluka me acompanhou até um quarto no porão naquele dia para conversamos.

-Eu odeio essa casa e todos aqui! Por que eu tenho que agir como se fosse uma mera humana imbecil? Por que eu tenho que aguentar aquele hipócrita e por que eu tenho que aguentar o Killua??- Meu sorriso fechou-se na mesma hora que ela disse aquilo. Ele estava nos vigiando e ela sabia disso.


-Olhe como fala de seu irmão Alluka! Todos aqui são ótimas pessoas!- Murmurei cínica e Killua abriu a porta.


-Mamãe?- Disse o albino tão pequeno e frágil que me dava arrepios.


-Sim killua.- murmurei gentilmente.


-Posso entrar?- Perguntou ele e Alluka bufou.


-Entra logo. Já não perguntou? Entre!- Eu percebi que Alluka também reclamava já que não podia se alimentar já que ali as paredes tinham olhos. Eu tinha certeza. E via isso em sua cabeça. Ela sonhava com sangue e com coisas piores. Ela caia na isca que eu tinha armado para ela. Ela realmente se jogava de cabeça.


-Sai daqui!- Disse Killua fazendo manha e se aproximando de minhas pernas.


Alluka não estava de bom humor.


-Claro que saio Killua. Com todo o prazer. Realmente me fez um favor.- Alluka desaparece em segundos apenas e killua parecia transtornado. Eu sabia.


-Venha. Vamos ver como todos estão.


Ele sorriu sabendo que ganharia um doce.


Olhei o longe. Alluka tinha ido se alimentar, porém voltaria. Ela voltaria apenas para planos. E planos que não eram meus e sim de Silva. Aquele que ela mais odiava.





"Lembre-se de seus caprichos quando quiser fazer algo direito. Eles lhe valeram a inteligência e acima de tudo o seu poder." [Lilith]

domingo, 11 de julho de 2010

Cap. 19: Diversão.





"Era uma vez uma pequena alma pertubada...Sabe de quem estou falando não é mesmo Alluka?"

Alluka bufou Olhando o longe.

-Voce é patética Lilith.

-Que bom que vc acha Alluka. Como vai a vida?Matando muitas pessoas?

Ela me fitou com os olhos vermelhos.

-Vc já sabe quem eu quero matar.- De forma rapida os olhos dela voltaram novamente para verde e ela virou-se novamente para a janela.

-Estamos quase chegando minha linda filha.

-Vamos parar com essa melosidade ok? Eu não quero te ver nem pintada de ouro naquela porcaria de casa com aquela porcaria de gente. Aliás não aguento nem mais um dia!

-Sim. Apenas quero que volte novamente quando vc sabe o que acontecer.

-Ah,nem vem. Já sei quem terei que aguentar. Por que não me mostrou eles quando ele por exemplo nasceu? Eu adoraria matá-lo.-Alluka virou se para a janela e o onibus parou. Era hora de partimos.

-Agora é nossa deixa Alluka. -Sorri e nos aproximamos da mansão. Escoltadas por guardas, meros guardas e empregados nos deparamos com Silva o qual sorriu.

-Olá meu querido.- Disse e sorri tentando parecer mais com quem deveria.

-Olá Mirian. -Ele disse contente e engoli seco enquanto ele me abraçava e me beijava.Alluka soou com um simples 'eca' e todos a olharam.

-Ah! Então veja só. Vc que é a pequena Alluka que sua mãe tanto fala.Quanto tempo não lhe vejo.- O olhei tentando parecer para ele não contar a desculpa o qual arranjei para Alluka ficar lá.

Ela assenti um pouco estranha.

-Que legal. Venha conhecer seus novos irmãos. -Ele piscou muito carinhosamente.

E então ele apresentou todos presentes na sala como se fosse algo normal.

-Prazer. -Disse Alluka e eu percebia que ela se controlava para agir como uma criança normal.

De ali em diante eu não prestei atenção em mais nada do que os dois falavam. Ele tentava parecer normal ao ponto de vista de Alluka e esta também.

Tinha sido um encontro bem estranho, porém bem divertido.


terça-feira, 6 de julho de 2010

Cap. 18: A verdade.




Fez-se um silencio morbido na pequena sala mal iluminada. Há alguns quilometros dali podia ouvir-se alguns carros na movimentada estrada. Olhei a mesa a minha frente e ri. Gargalhei enquanto fingia estar incomodada com as algemas.

-Digamos que fui chamado para lhe matar nesse exato momento.- Ele deu um sorrisinho, os cabelos caindo no ombro.

-Por quem?- Arqueei uma sombracelha e fitei seus olhos.

-Alguém.- Ele sabia se portar a minha frente, pois seus pensamentos estavam em algo como um texto escrito em aramaico e um hino em latim.

-Vejo que não pode me contar.- Abaixei a minha cabeça em forma de estar arrependida, o que eu não estava.

-Sim.-Ele disse e estalou cada dedo da mão, um de cada vez.- Alguma coisa para dizer?-Ele me perguntou. Concentrei-me.

-Nada além de que serei morta pela reencarnação do meu ex-amado.- Uma lágrima escapou inocentemente de meus olhos. Ele parou e analisou o que eu falei. Algo como uma mulher morrendo e dizendo algo apareceu em sua cabeça.

-Fale logo.- Ele pediu impaciente.

-Ele se chamava Rilian S. Sua origem ninguém conhece, ele me dizia que ia voltar para meus braços quando eu morri a séculos atrás.

-Como sabes disso?- Ele estendeu uma espada afim de atacar-me.

-Eu não morri totalmente. Eu posso viver várias vezes.

Ele deu uma gargalhada.

-Tenary era humana.

-E me transformei em uma vampira por causa de alguém que não me lembro. Eu me lembro de voce Rilian...-Comentei e ele pareceu não gostar do nome.

-Silva.- Ele disse rude.

-Eu não sabia que ia esquecer tão fácil de mim.- Soltei-me das algemas e andei ao seu encontro. Ele estava imóvel. Fingi cair e olhei seus olhos. Ele não parecia estar nem aí. Me acalmei, convencer ele seria um pouco dificil,principalmente por ele estar pensando em coisas muito diferentes de Tenary.

-Como se chamas de verdade?

-Eu não me lembro, porém me chamam de Mirian.- Aquele nome idiota poderia trazer alguma sorte, se esta tivesse sorte.

-Não me convence Mirian.- Ele estalou os dedos e uma espécie de raio passou por sua mão.

-Morrerei então por ti.- Disse e abaixei a cabeça, dessa vez o deixei sem jeito. Ele lembrou de algo não muito distante...

Uma mulher, ele iria matá-la, ela disse algo como nunca tinha se apaixonado e que não queria morrer assim. Ele não convencido aproximou dela e suas palavras soaram igualmente as minhas.

-Te...Mirian...-Ele parou com os raios e me abraçou. Algumas lágrimas escorriam de seus olhos. Eu consegui tirar lágrimas daquele que todos pensaram nunca sair.

-Voce...Mirian...Eu...

-Shii!-Disse e lhe sorri em forma de agradecimento.

-Quer se...?-Eu já sabia o que ele iria dizer e sabia muito bem que mais uma vez Alluka não gostaria dessa ideia.

-Sim. Mas...Silva... Eu também trago uma filha.- Ele me fitou sem entender.

-Uma situação difícil de lembrar...Eu fui...-Fingi chorar para aquele ser desprovido de qualquer entendimento.

-Não fale Te...Mirian! Nossa filha ficará muito feliz em vê-la!-Ele alegrou-se e eu tentei tirar algo da sua cabeça, mas ele era diferente. Ele poderia estar falando de algo totalmente diferente do que ele estava pensando e essa coisa nem sequer passava em sua cabeça. Era difícil mentir ou tentar aproveitar de alguma lembrança com isso. Fitei-lhe e sorri.

-Trarei-a então.- Ele sorriu.

-O lugar de sempre.- Outro fator idiota foi concordar com ele. Eu sabia onde ele morava, porém não sabia como chegar neste. Por um momento lembranças partiram em minha cabeça e tudo se misturou...Sabrina, Alluka, Kurapika, Rilian, Kalleby e Mirian... E eu... O meu eu realmente.

Toquei em minha cabeça para distrair e pedi para ir buscar Alluka. Ele concordou e segui.

A chuva já cintilava na rua, usando de sua pureza para limpar todos aqueles desprovidos de alguma inocencia. A imagem real do pecado a manchar tudo aquilo que um dia eu fui. Eu era. Aquele ser lastimável a vagar na depressão, a amar sem perceber, a sofrer da mesma forma brilhando escaldante em meu corpo. Eu precisava me alimentar. Tudo que pensei ser eu caindo por terra sobrando apenas o fardo do erro.

-Veja quem encontro.- Alluka apareceu-me como sempre fazia e sorri por um segundo.

-Olá minha pequena.- Ela pareceu não gostar do adjetivo já que logo respondeu:

-Olha só, falou a grande.- Bufou.

-Como anda a vida desde...?

-Desde aquele dia que deixou-me com meu pai? Bem, ótimo para dizer a verdade. Sem uma mãe cujo qual é suja e sem ideias precisas e um pai desnaturado que pouco quer saber de mim. Ótimo, mas alguma pergunta?- Alluka deu um passo a frente.

-Apenas queria lhe informar que terá dessa forma uma nova família.- Sorri e Alluka paralisou. Eu sabia que ela odiava aquelas ideias absurdas e lia tudo que tinha acontecido e como ela tinha que se portar em minha mente.

-Voce...?-Alluka bufou.- Já devia saber.- Ela desapareceu.

Dei um sorriso. Um dos meus únicos verdadeiros com minha alma verdadeira já pecadora.

Alluka estava crescendo...E eu nem tinha percebido.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Cap. 17: Depois de tudo ainda há uma surpresa.




Ouvi dizeres dos males que causei a muitos, ouvi dizeres de minha vida por toda a parte do mundo, consolos e tristezas, orações soberbas e até mesmo um pouco de piedade. Naquele dia sai em passos lentos de meu quarto enquanto o rei dormia evidentemente.


-Acordada rainha?- Kurapika estava parado na parede. Ele tinha chegado ali fazia apenas 2 segundos, antes não tinha visto este.


-Sim, Kurapika, alguma coisa contra? -Sorri e ele mexeu na boina que fazia seus olhos desaparecerem. Mexeu tão pouco, porém ainda assim quando abriu os olhos vi seus olhos escarlates intensificarem nos meus. Um sorriso nasceu em seus lábios.


-Sois muito pequeno para me intimidar meu pequeno.- Disse e surgi ao seu lado. Ele não parecia sentir nenhum problema com aquilo.


-Sei disso minha rainha. Meu pai esperou ser um general e ter meu destino traçado para fazer isso.- Um estalo me ocorreu. Eu conhecia ele há muito tempo atrás, tempo até demais para não esquecer. Ele não era um total Kuruta, era por isso que Sá falava em hierarquia. Eu me lembrei da briga que eu tive com Kuruta Ka. antes de dar o sangue dele para Alluka. Eu não sabia que este tinha deixado um filho digno de trazer problemas a mim.


Ele era esperto. Tinha substimado aquele que matei com suor. A esposa dele provavelmente deve ter se escondido para que eu não a procurasse e eu nem me liguei. Ele nasceu e Kuruta Ka. foi acusado de deixar a tribo. Kurapika teve que trabalhar desde cedo e, mesmo que Kuruta Ka. tivesse cometido aquele erro o resto da família não tinha nada haver e provavelmente como a mulher não pode trabalhar, Kurapika que teve que sustentar a família desde cedo. Era por isso que ele era tão cortes, como o pai, e esperto e inteligente com aquela idade mínima, ou será que ele tinha mais do que aparentava ter? Todo o meu pensamento durou apenas 2 segundos.


-Como está a sua mãe?- Perguntei e sorri. Ele apertou os punhos como que se para me matar- se fosse possível- ele fizesse em poucos segundos.


-Morreu logo após eu completar tres anos, já que vós matares aquele que fora o único digno de morrer pelo povo.


-Achava que tu também eras digno disso meu caro.- Sorri ambiciosamente. Não consegui me concentrar nos pensamentos dele que passavam como uma centelha de tubos.


-Sou digno de morrer por aquela que chamas de filha.- Ele sabia responder para um garotinho de 7anos de idade. Olhei seus olhos novamente brilhando com tamanha intensidade que cegavam.


-Creio que sim, o que fizeres ontem mostrou isso.- Ele pareceu não ter reação com o que tinha acontecido, algo como "eu sabia que estava me vigiando" rondou sua cabeça.


-Diga o que fazes aqui.- Ele disse.


-Primeiro voce.- Sorri. Ele apertou a boina na cabeça e pensou um pouco. Uma resposta tentava se formular em sua cabeça, porém era rápido demais para acompanhar sem estar concentrada.


-Acho que estares fugindo do que fará em breve, não é mesmo? -Sorri. Brincar com ele seria muito divertido.


-Isso mesmo meu querido. Alguém muito especial matará tudo o que está aqui.- Sorri.



-Eu sei, desde quando aparecestes ontem.- Ele me fitou, seus olhos vermelhos estavam me dando raiva, seria aquilo que estaria fazendo ele de alguma forma ler meus pensamentos.


-Não é difícil ler a mente de uma criminosa.-Ele sorriu e logo completou.- O que fazes aqui além disso?


Se eu quisesse o contaria, apenas fechei a minha mente e lhe fitei.


-Descubra meu querido.


-Não toque em Sá.


Ri com a ideia.


-Quem vai proibir? Voce? Ela é minha filha, eu falo com ela quando quiser e volto quando puder. Voce não pode fazer nada. Talvez eu volte daqui a algum tempo, por enquanto tenho que completar o que me fora pedido.


-Mentir não adiantará a mim minha rainha,mas fingirei que acredito. Estarei de olho no dia que vier.


-Claro, eu sei que estará. Seus olhos não mentem. -Ri e desapareci enquanto deixava aquela pobre mente fértil tentar colocar algo de útil na cabeça de Sá.


Ele parecia ter uma chance de ser da forma que eu não sou.


Olhei a frente.


Toquei meu pescoço enquanto sentia o cheiro do corpo de Kuruta Ka.


[...]


-Não sabe o que é morte por que nunca experimentares esta. Sabe que o que quero é te matar. -Toquei seu ombro.


-Dizes a verdade meu querido?


-Talvez.- Tenho um estalo e pulo para trás enquanto ele estende uma espada.- Terei certeza agora. -Sorri mais convencida e me aproximei tocando seu pescoço. Ele me puxou beijando o meu pescoço e rindo. Li quando ia enfiar a espada em mim e pulei.


-Terei que te matar, minha filha adorará provar seu sangue depois de nascer e matar todos da tribo que faz parte.


Ele riu antes de morrer.


O último suspiro da morte.


O destino infelizmente é traçado como quem tece um tapete, uma hora o fio vinho encontrará com o fio branco e preto. Tudo se misturar e no final poderá ser uma obra de arte ou apenas um garrancho a ser desfeito. Talvez vc precise desfazer e tecer mais de uma vez para ficar perfeito conforme a sua vontade.


Tudo depende de voce.


Lilith


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