domingo, 28 de fevereiro de 2010

Cap.7: A benção final.




Eis-me pois a estar pronta a vingar a morte de Kalleby o ser tão amado.

Dalquiel venho ao meu recinto com uma carta na mão, sentou- se pois numa cadeira e esperou enquanto eu ainda terminava de arrumar minha mala. Não parecia sofrer nenhuma mudança de comportamento e com isso nenhum desconforto por estar sentado na mesma posição fazia trinta minutos.

-O que fazes aqui?- Perguntei rígida e me reverenciei. Ele se levantou sério e estendeu a mão com a carta.

-Eu não deveria vir te visitar, mas descumprir uma regra de meu pai celestial e vim aqui lhe entregar a única coisa que Kalleby deixou. Como não quero que meu pai ache e queime vim te entregar .

Sorri sinicamente.

-Posso?

-Claro- Ele disse.

E abri a carta com cuidado enquanto ia lendo em minha mente o que estava escrito na carta.


"Venho por motivos convincentes escrever para a única pessoa que poderia entender o que está escrito aqui: Lilith.


Parte do princípio que sois Lilith, a quem tem a benção que recebi de se tornar a pessoa mais poderosa de toda a Terra.


Não venho redigir aqui algo que não tenho certeza ou dizer palavras profanas, e sim redigir em sangue o que de fato em breve acontecerá.


Há com isso a certeza com qual voce minha cara Lilith viverá, sabeis ao certo por que estou escrevendo isto. Mas ainda venho dessa forma esclarecer algumas coisas que provavelmente só voce saberás.


Fui eu que matei aquela que poderia chamar de mãe. A raiva aponderou-se de meu ser, talvez fora por isso que nunca fui considerado um anjo de verdade, anjos não devem sentir raiva, ódio, ciúme, apenas amor, a ordem natural das coisas. Eu sentia ódio de minha mãe ali a cuidar mais de meu irmão a mim. Porém um dia acordei e ela não estava mais em casa, talvez tivera morrido.Nunca soube.


Meu pai sempre soubera disso, talvez por isso sempre fora o excluído da família, aquela que nunca poderia ser nomeado ou se quer ganhar algum título nobre. Eu era forte, porém estava no lugar errado.


Sim, eu me juntei a Mirian por interesse. Ficando com ela poderia eu aperfeiçoar os 'poderes' que meu pai nunca deixaria eu aperfeiçoar e com isso me tornar forte e fugir com vós. Mas sabeis voce mesma que isso não pode acontecer. Kandra tinha a faca na mão e o plano na cabeça, bastava eu errar. Ela sempre estara do lado de meu pai.


Contudo morri, mas ainda assim deixei que vós ganhasse minha benção, estares protegida por um 'anjo' embora esse não seja mais.


E assim descanso sabendo que vós ainda consegues ler isso. Não chores ao lembrar de mim por que quando lembrar de voce eu lembrarei com um sorriso nos lábios. O meu amor por ti fora grande de mais para lágrimas aparecerem.


Kalleby.


Dalquiel assentiu.


-Partirás então?


-Sim.- Disse.


Ele se aproximou de mim bem devagar e me tocou, senti uma leveza.


-O que fizestes?- Perguntei.


-Uma coisa que aprendi, se não se incomodes. Que sua caminhada seja iluminada.


-A mesma vale para voce.- Disse-lhe e ele concordou.


Dalquiel saiu de meu recinto e eu queimei a carta enquanto saia com a minha mala a fim de pegar Kalleby onde eu tinha lhe deixado. Sai, pois, com ele. A prece sendo feita em minha cabeça.


(...) (...) (...) (...) (...)


E eu segui. Segui para enterrar Kalleby com o que sobrara do meu coração. Segui para ver se ainda sobrava algo a mais pelo que lutar. Vingança? Sim.


Sorri enquanto formulava na minha cabeça alguma coisa.


Meus olhos vermelhos.

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